18.12.07

Dá vontade de chamar outra coisa

Ossos do ofício. Era inevitável saber que os CTT se preparavam para lançar uma rede virtual de telecomunicações antes de a campanha sair para a rua. Mas estava longe de adivinhar que o nome que lhe íam dar era Phone-ix!

Não é que eu seja uma pessoa de mentalidade fechada ou demasiado limitada, só que Phone-ix não é nome que se dê a nada. Ou pelo contrário, é o nome que damos quando a consciência ou a circunstância nos obriga. Outra coisa é alguém, na sua perfeita consciência, chamar um produto assim.

Os CTT são aquela institução pesada, antiga e tradicional, que tem cada vez menos pessoas jovens nas suas enfadonhas estações, normalmente ponto de encontro de velhotes quando vão levantar a reforma. Ora pensem lá comigo, se as estações dos CTT estão sempre cheias de pessoas mais velhas, quem é que consegue imaginar uma senhora de 68 anos a dizer à medica da caixa que agora tem um número de telemóvel da Phone-ix?

Está certo que o nome chama à atençao e fica no ouvido de todos, mas é daquelas escolhas que dificilmente surtem os efeitos desejados. Além disso, ainda sou um bocadinho céptica relativamente a operadoras virtuais.

Não podemos negar o sucesso de uma UZO, bem sei, mas mesmo assim acho que são fenómenos de nicho e, claramente, os CTT não estão a comunicar com nicho nenhum. Não têm um target definido, estão a apontar para todos os lados e por isso são incongruentes na mensagem que pretendem passar que, basicamente, trata-se do facto de venderem chamadas mais baratas.

Na minha opinião, o problema das redes virtuais é a exigência de procura de informação por parte dos consumidores. As pessoas têm de ir por si tentar perceber do que se trata para depois poderem comparar. É preciso que haja em primeiro lugar uma pré-disposição, um call-to-action forte que leve as pessoas a querer saber mais. No entanto, haverá sempre uma TMN ou uma Vodafone a berrarem aos nossos ouvidos por todos os lados, dificultando as iniciativas empreendedoras dos mais atentos e curiosos às mensagens das operadoras virtuais.

Se pensar com mais de calma (e se conseguir esquecer por momentos a imagem da Vanessa Fernandes nos cartazes), talvez até possa perceber um bocadinho melhor a estratégia do Phone-ix A verdade é que toda a gente fala da nova operadora (ou do seu nome?) e que há muito tempo não se falava tanto dos CTT. E só.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa




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